quinta-feira, 8 de março de 2012

Os versos que te fiz

(Florbela Espanca)

Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

sábado, 3 de março de 2012

Que soy yo

¡Déjame ser quien soy!
En el margen de mi lucidez
Siento que en mi pequeñez
Iré dónde no voy.

En en encuentro de lugar ninguno
Estando sola o conmigo misma
Veo que la ilusión de la certeza
Es una condición común.

Mi sensatez
Es prueba de quien erró;
Estado de quien vivenció
Encuetros tontos de estupidez.

Además, que lá luz encendida
Presente dónde sentido algún
Estubo delante de todos en uno
De espacio a mi defensa.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Entre você e eu


Vidas opostas
Unidas por um fio;
Sitiadas, presas, guardadas no vazio
Do temor de serem expostas.

Não procuro honras,
Nem admiração.
Apenas quero ter a sensação
De não ter que ver as horas.

É muito o que tive
No sonho de querer.
Mas no momento não quis ver
A vida rasa que declive...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Meu Mar


Pobre ser que era...
Andava, eu, sozinha, guardada em meu eleatismo...
Quando uma luz ofuscou meu mirar,
Assediou-me por dentro e por fora,
Enfeitiçou-me com seu lirismo...

Encantou-me por inteira.
Teus olhos, agora, são meu mar.
Ensina-me a percorrer
Esta vasta extensão
Para que eu possa mergulhar.

Não tenho nada,
A não ser teu fascínio.
Conduzindo-me está
A oceanos ocultos,
Banhada por seu domínio.

E mesmo que nadar não saiba,
Nem canso de repetir,
"Teus olhos, agora, são meu mar",
Encho-me de prazer,
Pois não temo coisa alguma:
Quero afogar-me para, enfim, em ti existir.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Versos de Amor


Versos de Osorio Soares

"Não sou poeta mas escrevi estes versos em uma época muito bonita da minha vida, para uma pessoa muito especial. Há 20 anos tracei estas rimas, registrando os meus sentimentos. Não imaginava que teria uma repercursão tão positiva na vida de quem estaria lendo pela primeira vez. O tempo passou, por circunstâncias da vida perdi contato com esta pessoa e esqueci os versos. Ela nunca me esqueceu, guardou os versos e me procurou até reencontrar. 20 anos."


Não há sol como no mês de maio
Nem luar como no mês de janeiro
Não há cravo como o branco
Nem amor como o verdadeiro

Amor palavra linda
Que pra uns é ilusão
Para alguns é desespero
Para outros, consolação

Nasce a ave pra o voo
Para o perfume nasce a flor
Nós nascemos para amar
E o coração para o amor

A luz nasce para o sol
O peixe para o mar
A beleza para a lua
O coração para amar

Os versos que eu escrevo
Inspiro-me no meu mundo
Para os bons sou poeta
Para os maus sou vagabundo

Mais tudo aquilo que se faz
Seja na vida o que for
Sempre se faz perfeito
Quando se faz por AMOR!

Osorio Soares

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Busca



POEMA I
Gentil cavaleiro
Que veio sob o sol...
Na face dourada
Trouxe os sonhos
Cantados na voz de um rouxinol.

Nos olhos a luz
Que ofuscou-me em interesse.
Passando pelas muralhas,
Como não notar
Deslumbre como esse?

Andarilho fogoso
Procurava abrigo...
Em um reino tão imenso
Avistando meu casebre
Veio ter comigo.

Encantada em recebê-lo,
Dei-lhe ouvidos, água e pão.
Contou-me suas histórias,
Aventuras de um errante
Acompanhado pela solidão.

À procura estava
Da força que move o mundo...
Em uma missão perigosa
Tendo as estrelas por guia,
Seguia o vagabundo...

Mas triste foi o dia
Em que disse "Devo partir"...
Continuar ele devia
Procurando pelos campos
A razão do existir.

E os dias se passaram.
À janela eu ficava
A olhar para o horizonte
Ansiando um sinal...
Apenas o vento me falava.

Em um momento descobri,
Quem diria, o destino...
Tudo o que o nobre procurava
Estava aqui
Neste humilde campino.

Quem dera, antes soubesse,
Que poderia brandar sua dor...
A busca se encerrara.
Eis que tinha tudo...
Tudo e Nada: apenas AMOR.

__________________
Parte II em: "Da busca à realização"
http://poetizaoamor.blogspot.com.br/2012/06/da-busca-realizacao.html

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Nada


Penso...
Aqui estou.
Por que deixar para depois?
Se é para ser nada,
Que nada seja...
Pois melhor afirmar que algo fui,
Do que não existir.
Não creio que seja em vão.
Sou transcendente em ser...
Sendo assim,
Gostaria que me ouvisses...
Mesmo que eu não diga,
Estou falando...
São sinais, gestos, olhares...
Tudo em mim emana em você.
E continuo aqui...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Processos


Impulso de querer ver aquilo que não se ouve.
Sonho de tentar buscar o que já não está ao alcance.
Desejo de possuir o que não lhe é de direito.
Recusa de sentir no tempo que é perfeito.

Processos que nos levam a caminho do nada...
Recusar, desejar, sonhar, dar impulso para a jogada...
Lucidez insana, atrasada a vagar...
Faz de todos servos seus, constante a dominar.

Sempre na ordem inversa
Tolos que somos estamos nesta vida reversa.
Na hora correta não conseguimos agir
E quando assim vamos, não podemos seguir...
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