sexta-feira, 4 de maio de 2012

A Flor do Sonho


A Flor do Sonho, alvíssima, divina,
Miraculosamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína.

Pende em meu seio a haste branda e fina
E não posso entender como é que, enfim,
Essa tão rara flor abriu assim! ...
Milagre ... fantasia ... ou, talvez, sina ...

Ó Flor que em mim nasceste sem abrolhos,
Que tem que sejam tristes os meus olhos
Se eles são tristes pelo amor de ti?! ...

Desde que em mim nasceste em noite calma,
Voou ao longe a asa da minha’alma
E nunca, nunca mais eu me entendi ...


(Florbela Espanca)

Um comentário:

  1. Das velhas histórias, de flores alargadas de desejos de florir, mas das instâncias internas de que não recordo de como foi surgir ali, talvez, fosse algo das forças da natureza, um ciclo a se cumprir, as vezes com um sutil incomodo, mas que no final, era pra estar ali, esperando minha evolução que me levo com o tempo e mesmo em dias que não me entendo, entre chuvas e ventos, continuo a florir!

    Querida Poetiza, com seu lindo poema, traçou linhas de que pode imaginar uma flor a sonhar!!

    Tenha um lindo dia, cheio de sorrisos e alegrias!!

    Beijins no coração!

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